quinta-feira, 16 de setembro de 2010

“Proposta de adesão ao Movimento Internacional “Slowcities” (ponto 2.2 da reunião de Câmara de 9 de Setembro)



DECLARAÇÃO DE VOTO




Tendo por base os critérios e a filosofia subjacentes ao movimento “slow cities”, a Coligação considera que, no contexto actual, não faz muito sentido a integração num movimento que implica requisitos e uma forma de estar que Vizela tem descurado. O rumo traçado pelo executivo PS para o nosso município tem sido definido no sentido oposto. Referimo-nos concretamente às questões de preservação ambiental e à simbiose pessoas/ambiente protegido, mas também ao longo caminho que falta percorrer quanto à preservação do centro histórico (ou núcleo antigo) e à harmonia exigida entre os edifícios novos e o espaço envolvente. Continua a verificar-se pouca atenção ao planeamento urbanístico e ao enquadramento dos espaços construídos, não estando a ser devidamente incentivada a “construção de consensos” em espaços comuns. Insuficientes investimentos em lugares de convivência comum da cidade (espaços verdes, de lazer, de cultura, criação de zonas exclusivamente pedonais), aliados aos projectos apresentados para a requalificação das margens e do rio Vizela, constituem formas de penhorar a oportunidade, única, de “restituir o rio aos vizelenses”. Urge valorizar as suas margens, de forma a torná-las locais de encontro, de convívio e de promoção de actividades culturais tradicionais com poder de atractividade turística.

Pretende-se uma Cidade de todos e para todos, com base em princípios de qualidade, sendo fulcral a aposta nas acessibilidades de todos os pontos do concelho. É um facto que, do frenesim da Vizela no período áureo da Estância Termal (anos 30 e 40 do Sec. XX) e do auge da Industrialização (anos 80 do Sec. XX), apenas resta o dinamismo da população (desempregada, em nº significativo) que merecia ser canalizado para fins produtivos e para a promoção da qualidade de vida de Vizela. A identidade de Vizela é, neste momento, uma incógnita (nem termal, nem industrial) e a candidatura a um projecto destes implica alterações profundas no sentido oposto daquele que tem sido preconizado pelo executivo PS.

Pelos motivos apresentados, o sentido de voto da Coligação “Por Vizela” vai ser a abstenção.


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