terça-feira, 7 de setembro de 2010

Alerta encarnado


Apresenta-se aqui a opinião de Daniel Bessa publicada no Jornal Expresso

Levamos, em Portugal, alguns meses de alegada batalha para reduzir o défice das contas públicas: aumento da carga fiscal, medidas de redução da despesa, grandes discussões na Assembleia da República, mal-estar social.

Os resultados acabados de divulgar para o chamado "subsector Estado" (administração central, não incluindo, portanto, nem as contas da Segurança Social, nem as contas das autarquias e dos dois Governos regionais) evidenciam que, afinal, nos primeiros seis meses do ano, a despesa aumentou e o défice agravou-se.

Fica-se perplexo, mesmo conhecendo as implicações do chamado "acordo com os professores" para este resultado descoroçoante (em casa mal gerida, há sempre uma boa razão para que as coisas corram mal). As notícias vindas da frente autárquica não são melhores, dando conta de um endividamento acentuado nas chamadas empresas municipais. Tanto barulho para tão pouco resultado...

O acesso quase automático de que o Estado português dispõe hoje ao Banco Central Europeu através do sistema bancário nacional não está a facilitar a resolução do problema. E, no que se refere às empresas municipais, começo a acreditar que o problema não tem solução enquanto não se verificar a falência de uma delas e um dos nossos bancos, não importa qual, tiver de aprender à sua própria custa.

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