sexta-feira, 4 de setembro de 2009

"O défice nos programas eleitorais"


Noticia disponível no link: http://aeiou.expresso.pt/o-defice-nos-programas-eleitorais=f533800

"Esta apetência que quase todos temos para focalizar o país no défice parece(-me) economicamente estranha, minimalista e incongruente. Se para diminuir os meus débitos não me dispuser a comprar sementes nem a lavrar o campo, que colheita me espera no ano que vem? Por muito importante que sejam as Finanças sãs, e são-no, ou a Economia, que o é, no âmago da questão estão escolhas políticas. Por isso, em época de pré-campanha eleitoral, valerá a pena falar de Economia num plano macrodecisor. Aqui se propõem três dimensões graduais para essa observação:

1. Dimensão estratégica: A visão estratégica para Portugal é definida por escolhas políticas que condicionam variáveis económicas. Deve perguntar-se, por exemplo, qual o modelo de desenvolvimento social que se deseja. Na sua correspondência, qual o modelo de desenvolvimento económico (upgrading de exportações?, substituição de importações por produção nacional, enfoque no investimento ou consumo interno?). Ou, nas políticas específicas, por exemplo, qual o modelo estratégico para a educação (organicamente público, privado ou misto? em que áreas de conhecimento, científicas ou técnicas? queremos doutores, doutores-fazedores ou fazedores?). A definição clara do modelo e dos objectivos estratégicos deve preceder a discussão da alocação de recursos.

2. Dimensão económica: Os caminhos para a correcção do défice, do endividamento excessivo e do desemprego, crónicos problemas da economia portuguesa, devem ser definidos em consonância com a dimensão estratégica, ao invés de serem elevados, eles mesmos, à orientação política para o país. Discutir a relevância hierárquica de agregados e/ou variáveis macroeconómicas, ou até a sua dimensão absoluta ou evolução relativa, de forma desgarrada dessa estratégia, é gravemente redutor e vicia os círculos de pobreza (ou de ausência de crescimento). A sua discussão deve ser estabelecida ao nível da concretização de um modelo de desenvolvimento social e económico para o país.

3. Dimensão financeira: Qualquer debate sobre se o défice deve ser de 3,1% ou 4,2% do PIB sem prévio enquadramento estratégico e económico é enganador. Numa perspectiva empresarial, tal corresponderia a uma visão de gestores de processos e não de gestores de objectivos. Muito menos de gestores estratégicos. O valor e evolução dos valores financeiros resultará da existência (ou ausência) de uma orientação estratégica e correspondentes opções de política económica. Finanças sãs são imprescindíveis ao crescimento. Mas note-se, a politica deve preceder a economia e esta deve preceder a finança. Há vida para além da visão financeira.
Tudo isto a propósito das notícias que me chegam de Portugal, em "terras de boa gente" mas com difícil acesso à net. Notícias do sopro de vida ao Benfica, da entrevista ao candidato a primeiro-ministro pelo partido socialista e, por fim, a aguçar(-me) a curiosidade, a comparação dos impactos de alguns programas eleitorais no défice das contas públicas. Estudo a merecer ser lido, mas com esta precaução: Uma eleição legislativa é muito mais do que o deve e o haver de uma conta de balanço. Para votar em consciência não é o saldo do subsector Estado per si que interessa saber. Esse é um problema para os gabinetes dos financeiros e contabilistas. Para votar em consciência, é preciso saber qual a visão que cada candidato tem para Portugal".

... questão que se adapta também para Vizela.


Para votar em consciência, é preciso saber qual a visão que cada candidato tem para Vizela.


Certo é que a coligação "Por Vizela" apresentou atempadamente o seu manifesto e programa, eleitoral , dando a conhecer aos Vizelenses os princípios e valores que movem a sua candidatura, assim como as prioridades e eixos estratégicos para a legislatura 2009-2013.


Aqui fica, mais uma vez, a visão que a coligação tem para Vizela:


A) MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DAS POPULAÇÕES

A aposta da Coligação funda-se prioritariamente na concretização de uma política social que se propõe reforçar os níveis de coesão social concelhia. Propomos, assim, a construção de um concelho mais solidário, mais humanista e mais equilibrado.

Queremos um concelho socialmente responsável e atento às necessidades das famílias e da juventude – na educação, na habitação, na saúde, no acesso ao emprego ou ao lazer -, economicamente atractiva e culturalmente viva.


B) UM NOVO CONCEITO DE CIDADE E DE CONCELHO


As políticas de planeamento e ordenamento do território concelhio deverão contribuir de forma inovadora e duradoura para que VIZELA seja: um espaço sustentável e bem ordenado; uma economia competitiva, integrada e aberta; um território equilibrado em termos de desenvolvimento e bem-estar; uma sociedade criativa e com sentido de cidadania.


C) AFIRMAÇÃO DO CONCELHO NO VALE DO AVE E NA REGIÃO


O futuro sustentado do nosso concelho passa pela valorização de Vizela enquanto concelho empreendedor, com um perfil de qualificação urbana e ambiental mais elevado, com forte matriz identitária, renovada a partir da valorização dos seus recursos e de uma capacidade de atracção de investimentos e de recursos humanos e organizativos.


Queremos um concelho mais solidário, mais humanista, mais limpo e equilibrado, onde valha a pena nascer, crescer, viver e envelhecer, mas também onde se possa trabalhar, andar em segurança, estudar, praticar desporto, descansar, divertir, …

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